Visita de Estudo a Escaroupim e Salvaterra de Magos
No passado dia 24 de maio de 2024, a turma de Questões Ambientais l (prof.ª Mariana Mareco), saíram de Amora, manhã cedo, para uma visita de estudo à Aldeia Avieira de Escaroupim, e Salvaterra de Magos. Com uma pequena paragem para o “café da manhã”, a prof.ª Mariana Mareco foi-nos falando sobre a vida nómada dos avieiros, das suas famílias, de Salvaterra de Magos e da sua ligação à Fidalguia e à Família Real.
O destino principal do nosso passeio foi a Aldeia do Escaroupim, onde ficámos a conhecer melhor a Cultura Avieira, com as suas características casas de palafita e verificar as difíceis condições de vida destes nómadas do rio que em movimentos migratórios deixavam as suas aldeias no litoral, onde a tradicional arte de xávega se tornava difícil de exercer no inverno, concretamente de Vieira de Leiria, e se foram fixando nas margens do Tejo, mantendo a pesca como a sua principal atividade.
O Museu Escaroupim e o Rio destaca a importância do Rio Tejo e dos seus afluentes, na fixação humana, das atividades sócio-económicas e dos seus principais atores, pescadores e barqueiros, bem como da cultura avieira que se fixou nas suas margens.
No Cais Palafítico do Escaroupim, que mantém as suas características originais e é possível observar algumas das embarcações típicas dos avieiros, como a bateira, barco-casa, onde estes pescadores permaneciam grande parte do seu tempo com as suas famílias.
O passeio de barco no Rio Tejo era um momento muito aguardado e foi uma experiência magnifica, iniciada com o embarque no cais palafítico, proporcionando desde logo uma nova perspetiva deste, da aldeia avieira e das suas casas de palafita.
Mas o momento alto foi a vista dos mouchões e a história de cada um, desde a ilhota dos amores à ilhota dos cavalos, em estado semi-selvagem que permite o apuramento da raça lusitana, até à ilhota das Garças, com uma profusão de aves que não deixa ninguém indiferente, e que deve o nome aos vários tipos destas aves que aqui nidificam - garça real, branca e noturna, mas também a outras variedades como os invulgares íbis, o colhereiro, o papa-ratos, os patos selvagens e até as águias. O passeio não fica completo sem o avistamento da aldeia avieira da Palhota, na outra margem do rio e da Valada, típica vila ribatejana de casario branco.
A fotografia de grupo captada no Cais do Escaroupim, trouxe à nossa memória o escritor Alves Redol, no romance "Avieiros" na qual usou a expressão "ciganos do rio" para classificar estas comunidades de pescadores que no inverno procuravam o seu sustento nas águas mais protegidas do Tejo.
Após o almoço num restaurante local, sopa de peixe, Lagarada de Bacalhau e muita animação, fomos visitar a Falcoaria Real em Salvaterra de Magos.
Esta Vila, ligada desde o Sec. XIV à fidalguia, foi recebendo ao longo dos tempos a nobreza e a Família Real, no seu Paço Real, com magníficos jardins, no Teatro da Ópera ou na Arena das Touradas, destruídos num grande incêndio em 1824, do qual apenas restaram a Capela real e a Falcoaria, que será a nossa visita da tarde.
A Falcoaria Real, está instalada num edifício do Sec. XVII, exemplo de arquitetura pombalina, sob a orientação do Mestre Carlos Mardel, e nasce pela influência das falcoarias holandesas setecentistas (1752) e às atividades de caça da família real. Abriu as portas em 2009 e em 2016 foi declarada, como Património Imaterial da Humanidade. (UNESCO). A visita inclui o visionamento de filmes e interação multimédia, que dá a conhecer o Falcão e outras aves de rapina, mas nada se compara ao contacto de proximidade com as aves e apenas faltou o treino de voo em liberdade e captura de presa (isco), que as condições climatéricas (muito calor) não permitiram.
A Tauromaquia é património histórico desta vila, primeiro pela ligação à fidalguia, mas principalmente pela importância sócio-económica das coudelarias e ganadarias, e ficou imortalizada na obra do escritor Rebello da Silva, com o título "A última Corrida de Touros em Salvaterra", que descreve a trágica morte do filho do Marquês de Marialva, colhido por um touro durante uma lide, e apesar do pai ter saltado para a arena de espada em punho, com que matou o touro, não conseguiu salvar o filho. Este incidente motivou que o Marquês de Pombal interferisse junto d'El Rei D. José I, para que nunca mais houvesse touradas em Salvaterra e assim foi até ao fim do seu reinado.
Esta tragédia também foi cantada pelo fadista Rodrigo, cuja letra descreve o episódio que levou à "Última Tourada Real em Salvaterra".
Obrigada prof.ª Mariana Mareco, pelo magnífico dia que nos proporcionou, cheio de cultura e conhecimento. Ficamos com “água na boca” e à espera de outras Visitas de Estudo para o próximo Ano Letivo, que nos permitam mais conhecimento e enriquecimento cultural.
Juntam-se aqui algumas fotos desta visita de estudo.
AM/BM
Fotos - Visita de Estudo Escaroupim
Fotos - Visita Estudo a Salvaterra de Magos
Muito descrição do passeio com fotos lindas.
Parabéns
Gostei muito. Parabéns a todos os que participaram na concretização deste evento. A minha gratidão e um grande abraço a todos.
Dia maravilhoso , a viagem , a companhia , as visitas , o almoço tudo de bom . Obrigado Professora Mariana e até ao próximo se Deus quiser.