Visita de Estudo Questões Ambientais I

Viana do Alentejo - Sra. D'Aires, Vidigueira, Vila de Frades e Cuba

No passado dia 20 de março, a turma de Questões Ambientais l, da professora Mariana Mareco, realizou uma visita de estudo em terras do Alentejo, mais precisamente à Senhora D’Aires, Vidigueira, Vila de Frades e Cuba, com o objetivo de visitarmos alguns lugares de relevo na história do nosso país, do nosso património arquitetónico, da nossa cultura e religiosidade. Foi um dia muito preenchido, que obedeceu a um planeamento e organização que são apanágio da nossa professora Mariana Mareco.

O Santuário da Peregrinação de Nossa Senhora de Aires
O santuário está situado nos arredores de Viana do Alentejo e destaca-se na paisagem de uma planície de terras de cultivo.
Tem uma nave longitudinal dividida em três tramos, onde se encontram os braços do transepto e as duas torres da fachada. A fachada é imponente, marcada por duas torres sineiras, de lados simétricos. A cobertura da nave é abobadada numa só peça, a iluminação é assegurada por janelas. O portal de entrada da Igreja, de 1755, é uma minuciosa peça rococó.
Neste santuário é venerada a imagem em pedra de Ançã da antiga padroeira, Nossa Senhora da Piedade. Esta imagem, em que Nossa Senhora está sentada com Jesus morto nos braços, é objeto de grande fé, pois a tradição nunca deixou de ajudar os fiéis, como se verifica nos inúmeros ex-votos expostos na Casa dos Milagres, coleção de arte popular única e singular que inclui objetos de diversas épocas, como fotografias antigas, vestidos de noiva e tranças de cabelo.
O santuário barroco foi construído entre 1743 e 1804, segundo projeto do Padre João Baptista, no local onde existia uma ermida anterior do século XVI. Na capa, uma inscrição em latim conta que, após a expulsão dos mouros destas terras, um lavrador lavrou o campo e encontrou a imagem vista no altar dentro de um pote de barro.
Também faz parte do santuário a fonte de Nossa Senhora dos Aires, localizada no Terreiro dos Peregrinos e nas casas dos romeiros.
A romaria a cavalo tem como objetivo a recuperação de uma tradição abandonada há cerca de 70 anos, quando os lavradores e agricultores se deslocavam com os seus animais ao Santuário de N. Sr.ª d'Aires para pedir proteção para o gado e boas colheitas.

O Museu Municipal da Vidigueira
O museu localiza-se na Praça Vasco da Gama na Vidigueira e encontra-se instalado no antigo edifício antes ocupado pela Escola Primária Vasco da Gama, que foi remodelado e adaptado a espaço museológico.
Engloba dois núcleos temáticos: o primeiro núcleo retrata a história do ensino primário no Concelho; o segundo núcleo dá-nos uma visão da evolução económica, a partir dos anos 30 do século XX, através dos ofícios, comércio e agricultura.
Este espaço contribui para a compreensão cultural, histórica, social e económica da região; proporcionando ao visitante uma experiência única, a nível do conhecimento da essência alentejana.
A coleção etnográfica é composta por objetos provenientes, na sua quase totalidade, de doações particulares: pertencentes a artesãos, comerciantes, agricultores e pequenos industriais da comunidade.

O Centro Interpretativo do Vinho de Talha (CIVT).

O centro abriu no dia 11 de novembro de 2020, as portas ao público, como espaço de interpretação, de difusão científica e tecnológica e de divulgação do património imaterial relacionado com o saber-fazer daquele produto ancestral. Este novo equipamento municipal, situado na freguesia de Vila de Frades, concelho de Vidigueira, pretende transmitir aos visitantes as memórias, as vivências e as experiências relacionadas com o vinho de talha e com as gentes que ciclicamente fizeram chegar esta tradição aos dias de hoje.
O visitante será convidado a descobrir cheiros e aromas, os sons da vinha, as paisagens do concelho de Vidigueira, os provérbios e o cante que, em conjunto, formam a alma do vinho de talha. Tudo isto através de um espaço expositivo, cuja narrativa utiliza tecnologia de realidade aumentada, que conta a história do vinho de talha, dos tempos dos romanos à atualidade, e percorre o ciclo produtivo, começando pela cultura da vinha no campo, passando pela produção nas talhas nas adegas e terminando numa taberna.

Ruínas da Vila Romana de São Cucufate.
A vila foi construída entre os séculos I e IV d.C., sendo a sua fase mais monumental no século IV d.C. No piso térreo encontrava-se uma zona produtiva, que incluía alojamentos para servos e escravos, armazéns, uma olaria e um lagar de vinho. O primeiro andar correspondia à residência do senhor da propriedade, que contava com grandes varandas ao longo das suas fachadas.
Na Idade Média era Convento da Ordem Militar de Santiago, tendo sido abandonado no século XVI. O corpo central é enquadrado por dois torreões simétricos que lhe conferem grande monumentalidade.
No século XVll, os edifícios foram abandonados pela comunidade monástica; apenas um monge eremita permaneceu. Há um altar e frescos que contam a existência do mosteiro.

Centro  Interpretativo Cristóvão Colon - Cuba
Este centro resultou de uma parceria entre o Município de Cuba e a Associação Cristóvão Colón. Fazendo jus ao Descobridor das Américas este é, também, um espaço de descoberta que convida e incentiva os seus visitantes a descobrir, por si mesmos, quem era na realidade o Descobridor. Um espaço que, através de palavras e imagens, nos transporta ao ambiente da época e nos revela a portugalidade de Colon e as suas ligações a Cuba do Alentejo.
Largo Cristóvão Colon e Estátua de Cristóvão Colombo. É neste largo, no centro da vila, que se encontra a estátua de Colombo, o navegador e explorador que descobriu a América em 1492.
A Igreja Matriz de S. Vicente não se sabe ao certo, mas presume-se que a sua construção remonta ao século XVI e XVIII. A Igreja de S. Vicente foi classificada como Imóvel de Interesse Público.

Ao final da tarde, regressamos a casa felizes e culturalmente mais ricos. Obrigada professora Mariana Mareco.

AM/BM

Fotos da Visita de Estudo

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