Fragas de São Simão em Figueiró dos Vinhos

No âmbito da disciplina de Questões Ambientais I (Prof. Mariana Mareco) realizou-se no passado dia 20 de maio de 2022, uma visita de estudo às Fragas de São Simão em Figueiró dos Vinhos, com passagem por Santiago da Guarda (Ansião), onde visitamos o Complexo Monumental, o Moinho de Vento Giratório e a Casa-Museu de Fósseis de Sicó.
Após o almoço seguimos para Figueiró dos Vinhos onde visitamos o museu e Centro de Artes, o “Casulo de Malhoa “e finalmente as sensacionais Fragas de São Simão.
Durante o percurso de autocarro, a Professora Mariana Mareco foi-nos falando, como é seu hábito, acerca daquilo que iríamos ver nestes lugares, alguns deles, sítios bem recônditos.

O Complexo Monumental de Santiago da Guarda é um   monumento nacional desde 1978, e é um belo exemplar da arquitetura manuelina, mas também uma prova viva das camadas de História que se sobrepõem e se sucedem.
O “Paço dos Vasconcelos & Lencastre” é uma residência senhorial quinhentista dos Condes de Castelo Melhor com a sua emblemática torre do século XIV, erguida sobre uma antiga vila romana dos séculos IV e V, estilo Conímbriga e descoberta apenas em 2002. A  coleção de  mosaicos policromados é absolutamente fascinante.
Abraçada pela imponente Serra de Sicó, dominada pelos seus extensos carvalhais e paisagens calcárias, esta é uma região de autenticidade e gente hospitaleira. Um lugar para se sentir totalmente conectado com a Natureza.
Moinho de Madeira estes moinhos de madeira, que outrora marcaram fortemente a paisagem, são assentes em eixos com duas rodas sobre círculos de pedra, que permitem girar as velas ao sabor das melhores correntes de vento. Se hoje constituem um importante legado patrimonial, no passado foram fundamentais para a economia local, uma vez que o pão e a broa caseiros eram a base do sustento das suas gentes.
Este modelo de moinho, tradicional nesta região e originário do Oriente (Afeganistão), permite ao moleiro rodá-lo em direção ao vento, aproveitando a força do mesmo enquanto se encarrega de outras tarefas.
A Casa-Museu de Fósseis de Sicó - tem como objetivo dar a conhecer a pré-história da região, presenteando os visitantes com um valioso espólio paleontológico que está patente numa casa datada de fins do século XVII e que foi recentemente recuperada.

Localizada no lugar da Granja, em Santiago da Guarda, a Casa-museu dos Fósseis de Sicó tem como objetivo dar a conhecer um pouco melhor a pré-história da região.
Para além de uma exposição permanente de fósseis marinhos do território de Sicó, inaugurada em 2006, poderá visitar e conhecer a exposição “Encontro de Memórias”, inaugurada em 2016.
Esta exposição mostra ao visitante a vivência numa aldeia rural de séculos XIX-XX através de objetos etnográficos referentes a ofícios tradicionais (carpinteiro, sapateiro, ferreiro, ferrador, resineiro, barbeiro, cesteiro e tecelã) e à vida quotidiana numa casa tradicional de aldeia, com ênfase na cozinha e no quarto que mostram objetos característicos desses espaços.
Paragem para almoço no restaurante A Lareira em Santiago da Guarda, após o que, partimos em direção a Figueiró dos Vinhos, para visitarmos o Museu e Centro de Artes e o “Casulo de Malhoa “.
Museu e Centro de Artes (edifício onde também funciona o Posto de Turismo), foi inaugurado no verão de 2013, é um dos pontos de atração para os visitantes, e tem, na sua génese, a missão de expôr e dar a conhecer trabalhos de alguns dos mais importantes pintores e escultores naturalistas nacionais do final do século XIX e início do século XX.
Na galeria principal, pudemos observar pinturas históricas de artistas famosos que foram de Figueiró dos Vinhos ou se mudaram para a cidade para fazer seus trabalhos de arte. Um dos exemplos é Clara, “a minhota das Pupilas do Senhor Reitor” de Júlio Diniz que está a lavar roupa sob o olhar discreto de um homem.
Podemos ver ainda obras de, entre outros, Carlos Reis, Silva Porto e Abel Manta.
O acervo conta igualmente com esculturas de Simões de Almeida que incentivou Malhoa a descobrir Figueiró dos Vinhos.
Encontramos patente no 1º piso uma exposição temporária sobre “Figurinos” em aguarelas de Margarida Herdade Lucas.
O Casulo de Malhoa a sua arquitetura, com planta em forma de T, vários telhados, a cor vermelha intensa dos tijolos e as linhas das paredes formada por blocos pintados de branco dão ainda maior graciosidade à construção.
No entanto, o mais interessante é o ambiente e a arquitetura interior. Em especial a sala de jantar com paredes a imitar couro lavrado, a lareira e pequenos nichos com pinturas, algumas muito mais recentes.
Também são dessa época alguns frisos de azulejos de Rafael Bordalo Pinheiro, da cerâmica das Caldas da Rainha.
A luz natural entra por um portado enorme que dá acesso à varanda. Ao longe a vista alcança várias serras. Ao perto, é o jardim e o lago. Malhoa terá contemplado a paisagem sentado no banco de ferro ou no caramanchão que ainda resistem até aos dias de hoje.
O conjunto, casa e jardim, cativa a atenção dos visitantes e dá imensa beleza à construção.
No piso térreo podemos ver uma coleção de tabuleiros de xadrez.

Passadiços das Fragas de São Simão fazem a ligação entre a Aldeia do Xisto de Casal de São Simão, a praia fluvial e o miradouro de São Simão.
Estes passadiços atravessam a garganta da Ribeira de Alge, numa viagem através das paisagens mais deslumbrantes, repletas de contrastes. graníticas, colinas pronunciadas, um vale encantador e também vestígios da floresta laurissilva. O verde da Serra da Lousã circunda todo o local envolvendo-nos numa paisagem tranquila e inigualável, onde a Ribeira de Alge rasga o maciço rochoso em direção ao Zêzere, passando pela Aldeia do Xisto de Casal de São Simão, guardada pela ermida que lhe dá nome e que é um dos templos mais antigos de Figueiró do Vinhos, datado de 1458.
Regressamos cansados, mas felizes, por tão deslumbrantes paisagens.
Obrigada Prof. Mariana Mareco por mais esta visita de estudo que valeu a pena; pelo que vimos, pelo que aprendemos, pelo convívio e boa disposição. Quando pensamos que já sabemos tudo, continuamos sempre a aprender.
Bárbara Maia

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