Aula das Turmas I e II – Tema “Alterações Climáticas”

Na 2ª  Aula de  Questões Ambientais em 22  e 29 de dezembro, da Professora Mariana Mareco - relativas ao Ano Letivo 2023/24 (turmas I e II) foi abordado o  tema "Alterações Climáticas" junta-se  um resumo das referidas aulas.

A Amazónia, a floresta tropical que abriga o maior rio do mundo, entrou no quinto mês de uma seca severa que afeta especialmente os arredores de Manaus.

A seca que assola o Amazonas é um retrato preocupante dos desafios climáticos que o mundo enfrenta. A combinação do fenómeno El Niño com as mudanças climáticas antropogénicas tem desempenhado um papel significativo na acentuação desse evento climático extremo. A região amazónica, conhecida pela sua exuberante floresta e rios caudalosos, está enfrentando uma situação crítica devido à falta de chuvas e ao aumento da temperatura.

O que ainda pode ser feito

Para combater a seca extrema na Amazónia e seus efeitos devastadores, é essencial que se adotem medidas rigorosas para conter o desmatamento e a atividade de garimpo ilegal na região, e que o governo federal reveja grandes empreendimentos como hidroelétricas e estradas.

CHEIAS  no BRASIL – Santa Catarina

Depois da onda de calor, as cheias: fortes chuvas no sul do Brasil provocam sete mortos e milhares de desalojados.

 

A semana começou com clima mais ameno, depois de temperaturas recorde, mas o alerta para o agravamento dos extremos climáticos no Brasil mantém-se. Pelo menos 31 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul e mais de 1600 tiveram de ser retiradas das suas casas.

ALTERAÇÕES  CLIMÁTICAS

o que já mudou e o que está para chegar

As alterações climáticas representam uma emergência sem precedentes, diz a ONU.

Nunca a destruição foi tanta e tão rápida e governos e comunidade internacional estão a falhar no combate à crise climática. De acordo com o 

Relatório Especial do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla inglesa) já são visíveis os impactos destrutivos das alterações climáticas e as previsões não são animadoras. Limitar o aquecimento global exigirá a limitação das emissões de dióxido de carbono em todos os sectores da atividade humana.

OUTUBRO O MÊS MAIS QUENTE NO GLOBO

Estima-se que o mês tenha sido cerca de 1.7°C mais quente do que a média pré-industrial de 1850-1900.

Vários países registaram valores recordes da temperatura do ar no início do mês de outubro. As temperaturas médias para o mês foram as mais elevadas já registadas em Itália, parte dos Balcãs e no Mar Mediterrâneo central. A Suíça registou o segundo outubro mais quente desde que os registos começaram em 1864, apenas superado por outubro de 2022.

Em Portugal continental o mês de outubro de 2023 foi extremamente quente e muito chuvoso

O valor médio da temperatura média do ar 18.96 °C, foi muito superior à normal 1981-2010 com uma anomalia de +2.42 °C, sendo o 2º valor mais alto desde 1931 (mais alto em 2017, 19.57 °C).

Consequências dramáticas no pior dos cenários

Segundo o IPCC, por perda de colheitas, perda de trabalho, necessidade de deixar as suas casas, pelo aumento dos preços da alimentação e dos bens essenciais ou o aumento de doenças, milhões de pessoas ficarão vulneráveis à pobreza até 2030, incluindo algumas “franjas” mais frágeis da classe média nos países desenvolvidos.

Chuvas torrenciais, secas prolongadas, ondas de calor, tornados e outros fenómenos meteorológicos extremos já são mais frequentes.

Algumas espécies vegetais e animais estão cada vez mais vulneráveis e em risco de extinção face às alterações do clima e do seu habitat.

As calotes polares e os glaciares estão a derreter mais depressa do que o esperado libertando metano e dióxido de carbono do permafrost , o que, combinado com uma perda de gelo branco que reflete o calor, contribui para acelerar o aquecimento global.

MONITORIZAÇÂO da SECA

Ainda se encontram em seca meteorológica alguns locais do Alentejo e do Algarve.

De referir: Toda a região Norte e grande parte da região Centro nas classes de chuva; Região de Lisboa e vale do Tejo e alto Alentejo na classe normal; Distritos de Setúbal, Beja e Faro com alguns locais na classe de seca fraca.

O QUE ESTÁ A ACONTECER EM PORTUGAL

SABIA QUE...?

Portugal encontra-se entre os países europeus com maior vulnerabilidade aos impactes das alterações climáticas. Em Portugal, as alterações climáticas são cada vez mais uma prioridade nacional pois a região Mediterrânica (e sua interseção com o Atlântico) apresenta-se como um hotspot, ou seja, uma zona geográfica de maior vulnerabilidade aos efeitos adversos das alterações climáticas.

Estes incluem a desertificação, a seca, os fogos florestais, a erosão da linha de costa devido à subida do nível médio do mar e ao aumento de tempestades, a dificuldade na manutenção de sistemas agrícolas mais sensíveis a limitações hídricas ou de produção tradicional com consequente diminuição da produtividade agrícola, a propagação de doenças transmitidas por vetores, entre outros.

SABIA QUE…?

Neste momento, há vários impactes das alterações climáticas que já são bem visíveis. Portugal já perdeu 15 km2 de território, engolido pelo mar nos últimos anos.

Por exemplo, o facto de a praia do Portinho da Arrábida ter perdido 60% do seu areal nos últimos 50 anos ou de se verificarem temperaturas acima dos 20 graus em meados de outubro. Ou ainda, de uma forma mais geral, a existência de longos períodos de seca, vagas de calor, ou tempestades e tornados mais fortes.

Também o facto do fogo de Pedrógão Grande, em junho de 2017, ter alastrado tão depressa deveu-se a um evento chamado de ‘downburst’. É uma corrente de vento que desce a muita velocidade e que faz o fogo alastrar muito depressa. O mesmo aconteceu em 2011, no Algarve.

Portugal aprovou em novembro de 2021 a Lei de bases do Clima que garante maior comprometimento e ação nas próximas décadas. A lei visa garantir que todas as políticas contribuem para o objetivo climático e que todos os setores da economia e da sociedade desempenham o seu papel. Ainda no âmbito deste diploma, Portugal será o primeiro país a avançar com uma evolução estrutural no Direito Internacional ao considerar o Clima como Património Comum da Humanidade, comprometendo Portugal a promover este reconhecimento junto da Organização das Nações Unidas.

BM/AM

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